Vaticínios

RWS_Tarot_05_Hierophant – Há boatos bem convincentes que dizem que as últimas palavras do rei Mitradates II, do Império Arsácida, foram: “Os tigres já estão alimentados?”.

– Até 2020, cientistas japoneses prometem ter dominado a engenharia genética a ponto de conseguirem produzir em laboratório um cão que emite sinal de wi-fi. A rede não deverá ter senha.

– Brodowski, terra de Portinari, no início do século XX, era bem mais perigosa do que qualquer cidadezinha do velho Oeste americano.

– Polvos representam 11% dos animais abduzidos por alienígenas.

– A atividade da usina hidrelétrica Três Gargantas, construída na China, retardou a rotação da Terra.

– Cientistas da Universidade da Califórnia suspeitam que alguns odores sejam capazes de viajar através do espaço-tempo.

Continuar lendo

Arte e Ciência

first flight 2

O ‘Demoiselle’ e a ‘Ceia’

A verdade é que quando a gente vê a locomotiva “Baronesa” ou o avião “Demoiselle” de Santos Dumont (produções recentíssimas da ciência aplicada) tem vontade de rir. São objetos ridículos. A ternura que nos possam infundir vem de pensarmos que homens já confiaram (como Santos Dumont) suas vidas a uma coisa tão precária. Além disto, só há ridículo quando comparamos o “Demoiselle” a um “Constellation”.

Continuar lendo

Estamos por aí

[wallcoo]_Friant_La_Discussion_politique

Estamos Por Aí

– Pois saiba que esse é meu direito. É minha opinião.

Mas será que é tua mesmo?

– Bandido bom…

– Não! Nem precisa terminar! Bandido bom… eu nem quero saber!

– Deixa ele terminar, porra, e se rolasse um plottwist no meio da frase?

Não preciso terminar porque vocês já sabem, mas fingem que não querem saber.

– Por que eu iria fingir ter uma opinião que não tenho?

Eu faço isso o tempo todo. Dá licença?

Continuar lendo

8 de Março

22-Lacemaker

Katherine, a rendeira mulher amante

“Nasceu em meados do século quinze, na rua de la Parcheminerie, próxima à rua Saint-Jacques, num inverno em que fez tanto frio que os lobos correram em Paris sobre a neve. Recolheu-a uma velha mulher, de nariz vermelho sob o capuz, que a criou. E de início ela brincou sob os pórticos com Perrenette, Guillemette, Ysabeau e Jehanneton, que usavam pequenas cotas e mergulhavam nas valetas as mãozinhas vermelhas para pegar pedaços de gelo. Também observavam os que lesavam os transeuntes no jogo de tabuleiro chamado Saint-Merry. E, nos alpendres, espiavam as tripas dentro das selhas, e as compridas salsichas balançantes e os enormes ganchos de ferro em que os açougueiros penduram a carne. Nas proximidades de Saint-Benoît le Bétourné¹, onde ficavam os scriptorium, escutavam o ranger das penas, e ao entardecer, pelas frestas dos ateliês, sopravam as candeias na cara dos clérigos. Na Ponte Pequena, escarneciam das peixeiras e escapuliam ligeiro para a praça Maubert, escondiam-se nas esquinas da rua de Trois-Portes; então, sentadas à beira da fonte, tagarelavam até as brumas da noite.

Continuar lendo

Na Arena do Templo

triumph-of-faith--christian-martyrs-in-the-time-of-nero-eugene-romain-thirion

Denuncie-se o exército da fé. Os Gladiadores do Altar me fazem pensar que talvez não haja nenhum inimigo mais admirável e mais justo do que aquele que encontra na fé a motivação para a guerra. No caso, um tipo de monoteísmo muito bem representado pelos seus líderes expansionistas. Gladiadores, do primeiro ao terceiro milênio, são soldados que lutam entre si, dentro de arenas, para a diversão do público. Tendo fé, terão fé em seus líderes? Seguirão ordens?

Continuar lendo