O Gênio – ele é grande e azul, e lembra o formato de um balão. O desenho de um pensamento.
Suas linhas fazem curvas fluídas e elegantes, seus contornos são claros e desobstruídos. Além disso, ele tem a capacidade de emoldurar outras personalidades em outras posturas, outros rostos, outras vozes.
Ele é simultâneo, e anacrônico, dois comportamentos impossíveis relacionados ao tempo do mundo – pontualidade e atraso, sincronia dessincronizada.
O pensamento, nada mais que pura informação, se está sempre na ponta da língua, não encontra dificuldades em se expressar. Assume, para tanto, milhares de fantasias, símbolos, cores e idiomas. O gênio, como não poderia deixar de ser, é genial.
E está preso num objeto: a lâmpada, item cuja função é iluminar. Iluminar é o efeito último da razão esclarecedora, força do pensamento. É a própria Razão (com R maiúsculo), pois é quem discerne, dentro do reino da genialidade, aquilo que é imaginação e aquilo que é conhecimento. Se uma ideia nos parece obscura, logo fazemos questão de esclarecê-la, iluminando seu sentido.