maneiras curiosas de ir à guerra

A guarda surfista do Rei Kamehameha, o Grande

É de se imaginar o entusiasmo com que o Capitão James Cook e os primeiros navegantes europeus observaram a gente do Havaí surfando em suas grandes pranchas de madeira, de quando sua famosa presença no arquipélago, no distante século XVIII.

Seu relato extremamente simpático à atividade é também impregnado de uma certa admiração pelos ares exóticos que a história tratou de conservar na figura desses havaianos antigos. Considerava-se o esporte um pouco arriscado, mas pela animação dos que o praticavam, era impossível não enxergá-lo como um alimento para a alegria, podendo ser até mesmo um tanto relaxante.

A chegada desses exploradores europeus àquelas ilhas, deste modo, coincidia com um momento em que o esporte desfrutava de grande prestígio local. Inúmeras lendas dos grandes feitos surfistas, histórias de heroísmo, amor e traição, já povoavam a imaginação daquela gente há alguns séculos, e também serviam para dar nomes aos lugares onde teriam acontecido.

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sobre a vontade de peidar em lugares sagrados

“É indelicado cumprimentar alguém que esteja urinando ou defecando.

A pessoa bem-educada sempre deve evitar expor, sem necessidade, as partes às quais a natureza atribuiu pudor. Se a necessidade a compele, isto deve ser feito com decência e reserva, mesmo que ninguém mais esteja presente. Isto porque os anjos estão sempre presentes e nada mais lhe agrada em um menino do que pudor, o companheiro e guardião da decência. Se produz vergonha mostrá-las aos olhos dos demais, ainda menos devem ser elas expostas pelo toque.

Prender a urina é prejudicial à saúde e urinar em segredo diz bem do pudor. Há aqueles que ensinam que o menino deve prender os gases, comprimindo-os no intestino. Mas não é conveniente, esforçando-se para parecer educado, contrair uma doença. Se for possível retirar-se do ambiente, que isto seja feito a sós. Mas, em caso contrário, de acordo com o antigo provérbio, que a tosse esconda o som. Além do mais, por que esses mesmos trabalhos não ensinam que meninos não devem defecar, uma vez que é mais perigoso prender os gases do que conter os intestinos?

Para contrair uma doença: escute a velha máxima sobre o som do vento. Se ele puder ser solto sem ruído, isto será melhor. Mas, ainda assim, melhor ser solto com ruído do que contido.

A esta altura, porém, teria sido útil suprimir a sensação do embaraço de modo ou a acalmar o corpo ou, seguindo o conselho de todos os médicos, apertar bem juntas as nádegas e agir de acordo com as sugestões do epigrama de Aethon: fazia de tudo para não peidar explosivamente em lugar sagrado, e orou a Zeus, embora com as nádegas comprimidas. O som do peido, especialmente das pessoas que se encontram em lugar elevado, é horrível. Sacrifícios devem ser feitos, com as nádegas fortemente comprimidas.

Tossir para ocultar o som explosivo: aqueles que, porque estão embaraçados, não querem que o vento explosivo seja escutado, simulam um ataque de tosse. Siga a regra das Quilíades: substitua os peidos por acessos de tosse.”

(Erasmo de Roterdã, De civilitate morum puerilium, 1530).

o teste de personalidade do dr. zao

Dentre as inúmeras e excêntricas contribuições do cientista húngaro Dr. Ivan Zao para a psicologia contemporânea do século XXI, consta o vasto teste de personalidade que ele sabiamente chamava de “Teste de Imaginação”. Por meio de um questionário bastante heterogêneo, o Dr. Zao intentava oferecer aos seus pacientes um numeroso e abrangente rol de perguntas que pudessem funcionar como gatilho para uma profunda investigação da paisagem pessoal de seus pacientes tendo como pano de fundo a cultura humana, anseios e capacidades de criação e imaginação ajustadas a hipóteses e situações sociais reais e/ou impossíveis.

A ideia combinava técnicas extraídas do psicodrama, da psicomagia, testes de personalidade disponíveis na Internet, do tarô, da mitologia, contos populares antigos, além de diversas outras formas de aparatos lúdicos e narrativos, e, em sua versão original, possuía um repertório de 436 perguntas percorrendo as mais variadas áreas da vida, da história, das atividades, gostos e crenças gerais.

Após ter submetido ao teste inúmeros pacientes seus, além de voluntários, intelectuais e celebridades, o Dr. Zao também trabalhou para a elaboração de um amplo mapa simbólico das respostas possíveis para cada uma das perguntas, muitas delas sugeridas por aqueles que haviam participado das primeiras versões. O mapa acabou resultando num dicionário-guia com mais de 6.500 verbetes, além de outras 90.000 combinações possíveis de respostas, geradas por computador.

Uma das características centrais do teste era a sua total abertura para a intervenção do público, seu caráter permanentemente adaptável à inventividade do participante. Além disso, o seu criador, o Dr. Zao, dizia orgulhar-se de ter criado um procedimento ao final do qual era o próprio paciente quem produzia seu veredito e diagnóstico, conquanto aprendesse a entender o seu poder de sugestão.

Aqui encontramos uma seleção de 62 perguntas que constavam na versão original do questionário:

1. Um sábio talhou uma série de figuras em uma mesa de madeira. Dentre as formas geométricas, qual parece mais completa ou melhor preenchida?

a) Um quadrado;

b) Um círculo;

c) Uma pirâmide;

d) Um prisma;

e) Outro: qual?

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