“Houve um tempo em que deixei crescer a barba, tinha tanta vergonha de ser branco que procurava escurecer-me de qualquer jeito – foi muito antes da guerra. Usava luvas também, a pretexto de frio: e eu sentia mesmo um frio por dentro, só de pensar que me haviam feito branco. O cabelo, esse sempre me ajudou bastante, aos 15 anos já era carapinha, não fosse minha mãe quem era e eu nem sei o que teria pensado: ou então eram as raízes dele que conheciam o meu sentimento e foram muito além do que fui: de qualquer forma um mistério.